Saturday 3 February 2007

Destrunfar o Não (4)

Para além do que escrevi anteriormente, Sócrates poderia ainda ponderar um compromisso explícito para a actual legislatura, nomeadamente o de comparticipar em muito pouco ou em nada qualquer aborto concedido. No dia 11, é bom não esquecer, os indecisos tenderão mais para o Não do que para o Sim, porque emocionalmente a ideia do Não é mais passível de ficar a pairar no subsconciente. A votação por "estado de alma" tende a favorecer o Não. Assim, aqueles que sejam, ao contrário de mim, favoráveis à comparticipação significativa do Estado no aborto concedido, devem ponderar o anúncio de um compromisso futuro por uma razão muito simples: mais vale um pássaro na mão que dois a voar. E convém lembrar que se ambos os "pássaros" - despenalização e comparticipação - fugirem, serão muitos e bons anos até que eles voltem a estar perto de nós.

1 comment:

André Carapinha said...

Concerteza que sim, Caro Tiago, e por isso me faz tanta confusão posições como a do Rui Albuquerque ou do jcd do Blasfémias, que afirmam abster-se ou até votar Não por não terem garantias que o aborto não será praticado no SNS. Eu, que sou absolutamente a favor que o seja, nunca ponderaria não votar sim se fosse afirmado taxativamente que só se fariam abortos no privado. É preciso distinguir o acessório do essencial. Isto deu-me ideias para um post. Abraço.