1. O aborto não é uma questão religiosa. Há quem queira transformá-lo assim, por conveniência de convicções ou má fé de argumentário. Mas, como católico, sinto que alguns sectores da Igreja me querem encurralar num espaço ideológico uniformizado e acrítico, sem perceber que esta Igreja deve antes confiar nos seus fiéis e que deve levar a sério a adultez moral de todas e todos. [...]
3. O facto de defender a despenalização do aborto (é isso que está em causa) não significa que seja contra a vida. A interrupção de uma gravidez não é desejável por ninguém e o recurso ao aborto não pode ser encarado como algo simplesmente leviano e fácil. Cada caso é um caso, mas por todos os casos perpassa um conflito interior enorme. Pensar o contrário é não confiar nas pessoas, é achar que o aborto vai explodir como se banalizasse um novo método contraceptivo.
Miguel Marujo, no Sim no Referendo. (Bolds meus).
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